É caso para se dizer que não há duas sem três. Após um terceiro lugar em 2016 e um segundo em 2017, o terceiro pódio consecutivo de João Vieira Borges foi, finalmente, o da primeira vitória na prova do Automóvel Club de Portugal.
E se o primeiro triunfo no Rally de Portugal Histórico só surgiu após uma gradual melhoria de resultados ao longo do tempo, o mesmo se passou com a chegada à liderança do evento deste ano. O homem do Porsche 911 Carrera 3.2 (1985) começou por terminar o primeiro dia no mais baixo do pódio, para ascender ao intermédio após a 6ª especial (Préstimo) e chegar à primeira posição já na manhã de quinta-feira, depois da 13ª classificativa (Salto).
Vieira Borges vinha a levar a cabo prova bem estruturada quando acabou por se revelar o homem certo, no local certo, à hora certa quando Philippe Fuchey cometeu dois erros na SS13 que se traduziram em 600 pontos de penalização e acabaram por colocar ponto final em qualquer aspiração de pódio. A partir deste momento o homem do Porsche com o número 91 tratou de gerir a prova até final, ganhando vantagem sobre os demais de forma paulatina.
Enquanto isso, atrás de si, Yves Deflandre, que já por duas vezes venceu o Rally de Portugal Histórico, efetuava prova semelhante, subindo gradualmente na geral para chegar ao intermédio do pódio depois de Michel Decremer ter começado a perder terreno para terminar sem embraiagem, o que ditou o terceiro lugar final.
Contudo, e como é tradição no Rally de Portugal Histórico, Sintra voltou a ser o grande momento da prova, este ano com o regresso do Slalom do Autódromo do Estoril, na manhã de sábado, a rivalizar ombro a ombro com as especiais noturnas da Serra de Sintra.
Como não podia deixar de ser, foram vários os pontos ao longo dos troços das Lagoa Azul e Sintra que contaram com a presença de elevado número de público para apoiarem os vários participantes e verem as duas passagens do brutal Audi Quattro pilotado pelo antigo Campeão do Mundo Stig Blomqvist.
No Autódromo, e com bancadas repletas de espectadores, o Slalom competitivo da manhã que encerrou definitivamente o Rally de Portugal Histórico foi ponto alto do Estoril Classics Week. Os 47 pilotos que participaram na recriação da especial espetáculo que em tempos fez parte do Rally de Portugal fizeram as delícias do público, com o triunfo a acabar por ir para Yves Deflandre/Jennifer Hugo (Porsche 911), seguidos de Carlos Cao/Sergio Garcia (Fiat UNO Turbo) e de Jorge Coelho/Ivo Tavares (Peugeot 205 GTi).
Já de tarde, o Slalom de exibição contou com a participação de dois antigos Campeões do Mundo de Ralis. Miki Biasion pilotou um Lancia Delta Integrale igual ao que levou a três vitórias consecutivas no Rally de Portugal (1988, 89 e 90) e a dois títulos Mundiais (1988 e 89), enquanto Blomqvist teve a ser cargo, tal como em Sintra, o imponente Audi Quattro. No lugar do navegador, e em ambos os carros, andou o ator Joaquim Horta.